Ha anos venho acompanhando os relacionamentos entre brasileiros e americanos e admiro todos eles, porque eu nao conseguiria. Por mais parecidos que os habitos deles sejam dos nossos, os pequenos detalhes, pra mim, fazem toda a diferenca. Eu sou muito emocional, adoro festas cheias de gente e sem hora pra acabar, curto o lance de ter a familia por perto toda hora, gosto de me reunir pra fazer nada...americano nao. Eles veem a vida com uma frieza que eu nao entendo. Eles gostam de marcar hora pra tudo. Eles tem que ter um motivo pra encontrar um amigo. E ai, nesse encontro, sempre tem que fazer alguma coisa. Por exemplo: nao rola simplesmente convidar alguem pra bater papo. Tem que convidar pra um "dinner party", "Game night", "Wii Tournament", "Movie night"...sempre tem um tema associado. Espontaneidade nao existe e isso me incomoda. Ate na tal Game night, o host da festa ja vem com regras e horarios: das 7-8, vamos jogar baralho. das 8-9 comeremos o lanchinho. Das 9-10 a gente pode conversar. Nossa que irritante!
Eu acho que eles tambem pensam que nos somos completamente loucos por marcar churrascos interminaveis onde sentamos e falamos nada com porra nenhuma; organizamos festa de aniversario de crianca com bebida alcoolica e convidamos mais adultos do que pentelhinhos; que na nossa cultura nao existe a necessidade de estarmos fazendo atividades varidas em todos os encontros. A gente faz o que da vontade! Sei la, eu sou muito desorganizada e bagunceira pra lidar com toda essa funcao gringa.
Haja paciencia! Eu acho que me adapto a lugares com a maior facilidade, mas quando se trata de relacionamento pessoal, fica mais complicado...moro aqui ha tantos anos, mas eles continuam sendo completos estranhos pra mim. Sempre foram, desde crianca me sinto uma estranha no ninho aqui nesse pais...
Um cantinho pra relembrar a juventude, eternizar cada passo da maternidade e lembrar que o português é a minha primeira língua!
Sunday, May 20, 2012
Sunday, May 13, 2012
Logistica a moda da casa (brasileira)
Hoje, alem de gerenciar minha equipe, tive que trabalhar numa ambulancia aerea que vinha de Curitibanos, SC pra Sao Paulo. Nos EUA, tudo tem hora certa pra comecar e acabar. Se atrasa 5 minutos a gente tem que avisar o Papa. Isso torna tudo que acontece no Brasil mais dificl ainda. Porque por ai, hospitais, pilotos, medicos e afins, nao te dao um horario exato. Eles dao o famoso "ah, o aviao pousa la pelas 8". Ai quando se pergunta o itinerario completo, eles nao sabem dizer. Nos EUA, "La pelas" nao e aceitavel. Mas vai fazer essa gringaiada entender como a gente funciona!
Ai vem a parte Ambulancia e motoristas. Aqui temos que fazer o pedido por telefone, depois confirmar via email, o motorista manda a reserva como se fosse uma passagem de aviao, com todos os dados bem certinhos. Hoje, em Curitibanos, foi tudo na base da camaradagem. O enfermeiro concordou em chamar o SAMU pra levar o paciente e a equipe pro aeorporto. Ai quando confirmou que o SAMU nao poderia ir buscar a equipe medica no aeroporto e trazer pro hospital, eu, que ja virei melhor amiga dele, perguntei se nao tinha como dar um jeito porque a empresa nao tem motorista nessa cidadezinha minuscula! Ele diz: ah moca, nao tem problema nao, eh tao pertinho que a gente mesmo vai busca-los! Mas o carro eh pequeno ne, entao tem que ver quantos sao!
Pra mim, tudo otimo! Problema resolvido. La fui eu ligar para o Deus, o Papa e o Obama pra confirmar se o jeitinho brasileiro com o qual eu resolvi o problema poderia ser aceito de acordo com os 350 mil procedimentos internos da minha empresa. Minha gerente, muito feliz e sonolenta aprovou dizendo: voce sempre arruma um jeito nao convencional para resolver as coisas. I like that. Pronto, noite feita.
Agora vou la resolver um outro em Fortaleza que quer ficar por la ate sua esposa ir visita-lo porque ela prefere conhecer o Nordeste do que Sao Paulo - esperta ela!
Eu reclamo do stress que o meu emprego gera, mas eu nao vivo sem ele. Sentir que fiz parte do "salvar a vida" das pessoas me faz feliz, eu acho :)
Ai vem a parte Ambulancia e motoristas. Aqui temos que fazer o pedido por telefone, depois confirmar via email, o motorista manda a reserva como se fosse uma passagem de aviao, com todos os dados bem certinhos. Hoje, em Curitibanos, foi tudo na base da camaradagem. O enfermeiro concordou em chamar o SAMU pra levar o paciente e a equipe pro aeorporto. Ai quando confirmou que o SAMU nao poderia ir buscar a equipe medica no aeroporto e trazer pro hospital, eu, que ja virei melhor amiga dele, perguntei se nao tinha como dar um jeito porque a empresa nao tem motorista nessa cidadezinha minuscula! Ele diz: ah moca, nao tem problema nao, eh tao pertinho que a gente mesmo vai busca-los! Mas o carro eh pequeno ne, entao tem que ver quantos sao!
Pra mim, tudo otimo! Problema resolvido. La fui eu ligar para o Deus, o Papa e o Obama pra confirmar se o jeitinho brasileiro com o qual eu resolvi o problema poderia ser aceito de acordo com os 350 mil procedimentos internos da minha empresa. Minha gerente, muito feliz e sonolenta aprovou dizendo: voce sempre arruma um jeito nao convencional para resolver as coisas. I like that. Pronto, noite feita.
Agora vou la resolver um outro em Fortaleza que quer ficar por la ate sua esposa ir visita-lo porque ela prefere conhecer o Nordeste do que Sao Paulo - esperta ela!
Eu reclamo do stress que o meu emprego gera, mas eu nao vivo sem ele. Sentir que fiz parte do "salvar a vida" das pessoas me faz feliz, eu acho :)
Wednesday, May 02, 2012
A 150 por hora
Eu sempre fui a primeira das minhas amigas a experimentar coisas novas. Desde pequena eu sempre quis as coisas mais rápido. Enquanto todas brincavam de casinha com aquelas bonecas horrendas e sem estilo, eu brincava de Barbie e elas eram executivas bem sucedidas e solteiras. Na brincadeira de escolinha, eu queria ser a diretora, nada de professora ou aluna. Enquanto todas queriam pirulito, eu queria chiclete. Quando todos queriam mascar ping pong, eu queria trident. Fui a primeira do grupo a encher a cara, a primeira a perder a virgindade, a primeira a arrumar emprego, a primeira a casar, a primeira a ter filho, a primeira a investir no mercado imobiliário. Só não fui a primeira a fumar maconha porque já tinha visto que dá sono e te deixa lesado então sabia que não era pra mim. Aí provei e comprovei que esse negocio de ficar toda devagar realmente era uma perda do meu precioso tempo. Para piorar, eu sou a filha mais velha! Minhas irmãs sabem exatamente como o meu pai vai reagir a alguma decisão delas. Eu não. Minhas amigas sabiam exatamente o que era a dor da primeira vez, ou o primeiro papa nicolau, ou como pedir pílula anti-concepcional pra ginecologista sem os pais saberem. Agora na vida adulta, elas vem me perguntar como foi organizar casamento. Na maternidade, posso dizer a elas o que cada choro significa, quanto custa uma creche, uma escola particular, recomendo um bom pediatra. Ao buscarem uma casa, elas recorrem a mim pra discutir taxa de juros, o melhor tipo de empréstimo, o banco mais confiável...Isso obviamente não torna a vida delas mais fácil porque cada um vive suas experiências e emoções de um jeito e cada um tem o seu tempo. Mas certamente o meu excesso de ansiedade e falta de paciência pra esperar as coisas acontecerem torna tudo mais difícil pra mim. E sei lá, essa sensação de stress e incerteza é o gás que preciso para seguir em frente. Quando eu não estou planejando nada e a vida parece estar com as peças no lugar como agora, sinto um tédio imenso. As pessoas buscam a paz interior, eu busco o caos...porque hein?
Tuesday, May 01, 2012
Dois anos depois...
Hoje, relendo blogs antigos das minhas amigas, resolvi ver o que eu tinha postado da última vez que passei por aqui...e coincidência ou não, foi bem na época do meu aniversário. Comecei a ler posts BEM antigos, outros nem tanto assim e deu uma confusão na minha cabeça! Como tudo mudou na última década! Achei gostoso e ao mesmo tempo emocionante reviver as minhas aventuras dos 22 aninhos, os filmes que eu assisti - gente, como eu tinha tempo de ir tanto ao cinema???
Aí veio a mudança pros EUA, a vida de Au Pair, o casamento, as brigas - como eu brigava...acho que era porque sobrava muito tempo na vida...finalmente, a Naomi! Ver fotos dela bebê, as fases que ela viveu, senti tudo como se estivesse vivendo aquilo novamente. E foi bom. Me fez enxergar que descrever os momentos especiais da sua vida pode ser bem útil no futuro. Um dia quero ler este blog com a Naomi do meu lado. Enfim...resolvi tentar de novo, deixar o pensamento fluir por aqui. Vai me ajudar a praticar o português que anda meio defasado e servirá de leitura pra Naomi quando ela crescer e tiver que praticar a língua mãe!
Agora vou-me. Ta na hora de acordar a princesinha e alimentar a sua fome insaciável.
Aí veio a mudança pros EUA, a vida de Au Pair, o casamento, as brigas - como eu brigava...acho que era porque sobrava muito tempo na vida...finalmente, a Naomi! Ver fotos dela bebê, as fases que ela viveu, senti tudo como se estivesse vivendo aquilo novamente. E foi bom. Me fez enxergar que descrever os momentos especiais da sua vida pode ser bem útil no futuro. Um dia quero ler este blog com a Naomi do meu lado. Enfim...resolvi tentar de novo, deixar o pensamento fluir por aqui. Vai me ajudar a praticar o português que anda meio defasado e servirá de leitura pra Naomi quando ela crescer e tiver que praticar a língua mãe!
Agora vou-me. Ta na hora de acordar a princesinha e alimentar a sua fome insaciável.
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