Wednesday, August 26, 2009

Meio aninho


Naomi hoje faz meio ano de vida...pra quem não é mãe, isso parece bobagem, mas pra mim é uma vitória e uma sensação de uma fase completada com sucesso. Aos seis meses ela já pode comer comidinhas, não precisa mamar toda hora e pode largar a chupeta (desafio master). Aos seis meses os sorrisos e os choros já fazem mais sentido, tanto pra ela quanto para nós, já que podemos distinguir quando é manha, quando é fome, quando é dor e quando é tédio sem ficar tão desesperado.

Ela dá risada. Ela já demonstra um Q de personalidade. Ela senta sozinha e brinca com qualquer coisa que estiver na frente. O branquinho do dentinho já começa a despontar. Ela estranha qualquer um que não seja eu ou o Leo. O número de fraldas caiu bastante e o número de ml de leite aumentou proporcionalmente! O banho já não é tarefa fácil. Eu cago e ando se sem querer misturar uma peça de roupa dela com a nossa na máquina. Ela tenta engatinhar, só que fica frustrada se ao tentar ir pra frente, vai pra trás. Ela enfia TUDO na boca. E quando digo tudo, I mean TUDOOOO. Outro dia virei por um segundo e quando voltei a olhar pra ela, ela tava com o rabo da Yumi enfiado na boca. Ainda bem que eu não sou mãe desesperada! Simplesmente retirei os pelos da boca dela e a vida continua!

Hoje fomos no médico para consulta e vacinas. A mudança é incrível. Antes o médico era cheio de "não podes". Dessa vez a liberdade foi tanta, que eu senti até uma tristeza boa. A primeira vez que senti a cria se tornando independente!!!! Ah, e vale lembrar que ela não soltou um piu com a picada da vacina. Continou rindo da minha cara! Toda vez que vamos ao médico, ele diz: ai, agora tenho que fazer um exame e ela vai chorar. Mas não acontece. Ela nem liga. Ouço os outros bebês no consultório abrindo o berreiro. Não é que ela não chora, é que eu sou ixxxperta e marco as consultas para às 10 da manhã SEMPRE. Nesse horário ela está no auge do bom humor. Se eu marcasse às 5 da tarde, coitado do médico!

Agora preciso voltar ao meu trabalho que eu amo!

Adeus!

Sunday, August 23, 2009

Balada de mãe

A Naomi faz 6 meses essa semana. Ela está o bebê mais lindo do mundo! Sorridente, (quase) não chora, comendo papinha sem reclamar...parei de amamenta-la essa semana. Confesso que senti uma dorzinha de cotovelo do Leo porque ele fica cuidando dela o dia inteiro, e agora que eu não amamento mais, parece que ela gosta mais dele do que de mim!

Sexta-feira eu saí pela primeira vez. Sair pra balada com as amigas, eu digo. Foi muito, muito divertido. Fomos num bar ver o show do Breeders e depois ficamos dançando, bebendo e falando merda até às 2 da manhã. Até pizza na calçada rolou! Aí, ao chegar em casa meio grogue, eu crente que ia dormir, descubro que a minha filhota não tava afim de dormir! Estava acesa no colo do Leo. Ele já estava exausto porque ela deu trabalho, então, tive que engolir o sono e assumir o posto! Mas...ela não me quis! Berrou como se eu fosse uma estranha. Eu achei que fosse dor, ou cansaço e que ela pararia de chorar. Mentira. Enquanto o Leo não pegou ela de mim, foi um berreiro só. Me senti muito mal. Culpada de ter saído e deixado a bichinha, sabe! Mas ao acordar no sábado às 10 da manhã, ela olhou pra mim e abriu aquele sorriso lindo que me derrete todas as manhãs! Foram 6 meses sem sair. E confesso que posso esperar mais 6 meses pra ter vontade de novo! Muita função!

Monday, August 17, 2009

Paulistana, no matter where I live!

Eu nunca tinha me dado conta do quanto eu sou Paulistana até me mudar pros EUA, mais especificamente, para o chamado "suburbs". Os americanos - e pelo que notei, o resto do mundo - tem uma filosofia de vida diferente de nós paulistanos. Nós vivemos e abraçamos o caos. Reclamamos do trânsito, da violência, do barulho, da poluição...mas ao sairmos disso, reclamamos que o atendimento, seja onde for, não se compara à São Paulo. Reclamamos que as pessoas não sabem dirigir. Reclamamos que tudo é longe e que a comida é ruim. Fazemos cara feia para todo e qualquer ser que esteja mal vestido ou vestido de maneira errada para determinada ocasião. Se uma rua não estiver lotada, nós batizamos o lugar de "meio do mato". O paulistano de coração não consegue passar mais de um mês por ano, em chácaras, sítios e até na praia. Um final de semana é o suficiente para relaxar - e relaxar para o Paulistano é chegar no local, descobrir onde tem vida noturna, ficar na balada até o dia clarear, dormir até 2 da tarde, sair para procurar um lugar que ainda esteja aberto para o almoço, e se estressar porque não encontra nenhum. Carnaval em São Paulo é o melhor de todos porque tudo quanto é forasteiro sai da cidade, deixando o trânsito livre e a cidade sem violência! Ano Novo na "Terra da Garoa" tem festas maravilhosas. Ouve-se música boa. Os restaurantes estão abertos e em clima de Reveillon.
Tudo isso sempre foi tão normal na minha vida, que só agora, 3 anos tentando me adaptar ao "american way of life", eu percebo que nasci para viver em São Paulo. Primeiro porque dizem por aí que eu tenho a arrogância necessária. Segundo porque eu AMO a noite, mas o dia tanto faz. Terceiro porque eu odeio mato, galinha, porco, vaca e não sei diferenciar um bezerro de um cabrito; uma palmeira de um coqueiro; e uma hortência de uma azaléia.
Eu conheço bem os defeitos de São Paulo, e acredito que essa seja mais uma caracterísitica do Paulistano. Nós zoamos mineiro, gaúcho, baiano... mas o que nos diferencia é a capacidade de tirar sarro de nós mesmos. O paulistano ama a sua terra em silêncio. Somos odiados pelo restante do Brasil, porém, o que seria do país sem São Paulo, hein, hein???
Aí penso: será que um dia eu me adapto ao subúrbio americano? Acho que não. Não vai rolar dirigir mini-vans, botar a Naomi no futebol só porque todas as crianças da rua fazem, ficar falando de comida orgânica, ir ao supermercado de pijama, ir à igreja aos domingos, por a Naomi pra dormir às 8 da noite só porque todos os vizinhos fazem isso (depois acorda às 7 da matina e aí eu tb tenho que acordar. Tô fora.), proibir minha filha de ver TV só porque os vizinhos proibem (eu sou viciada em TV e não pretendo mudar isso), adotar um Golden Retreiver e deixá-lo lamber a minha cara (cachorro é cachorro, sorry) e o PIOR: desenvolver o espírito super ultra mega competitivo na minha filha. TUDO aqui se baseia em competição, em ver quem é o melhor. Ninguém joga baseball porque é legal. Eles jogam pra competir na liga infantil, juvenil, puta que pariu...as meninas não fazem ballet desde o nascimento porque é saudável. Elas fazem para terem mais chances de se tornarem cheerleaders idiotas no futuro. Só de escrever essas coisas me dá medo de criar a minha filha aqui. Tenho vontade de arrumar as minhas malas e me mandar pro Brasil! To começando a entender porque eu não me dou com os meus vizinhos e porque não tenho amigos gringos!!!! huuum...acho que paulistano só é feliz em São Paulo mesmo.
PS: quando eu falo São Paulo, eu quero dizer a CAPITAL e, no máximo, a Grande SP. O interior é assunto para outro tópico haha.