Saturday, March 22, 2008

Família

Não é segredo pra ninguém que eu era ausente com a minha família. Passei minha adolescência e início da vida adulta achando que meus amigos supriam todas as minhas necessidades. Não ia a eventos familiares, não dava importância para Natal, Páscoa, aniversários, e qualquer outra comemoração que envolvesse passar tempo com meus parentes. Eu ficava, cumpria com as minhas obrigações familiares, e saía. Durante a semana eu trabalhava tanto, que passava somente algumas horas em casa. E quando digo casa, digo a do meu pai e a da minha avó. Porque eu tinha roupas nas duas casas, eu tinha roupas até no meu carro. Até na casa do ex-namorado tinha roupas minhas. Tudo pela praticidade e para evitar o trânsito de São Paulo. Hoje, vejo o quanto eles fazem falta.
Há dois anos estou sozinha neste país. Em 2006 nós ainda tínhamos uma turma que sempre se reunia e comemorava os feriados juntos. Aí casei e me mudei pra um lugar em que não conheço ninguém. Conhecer, conheço. Mas não alguém que eu possa sair correndo e bater na porta pedindo ajuda. Não alguém que supra a saudade que eu sinto das minhas irmãs, do meu pai, da tia dinda, do meu avô...Se o Leo estivesse em casa, tudo ficaria mais fácil. Poderíamos ficar juntos, pq nós somos uma família. Mas o Leo não está. Se eu tivesse minha família, ou mesmo amigos próximos, por perto, poderia estar com eles, e não aqui enfiada no apartamento assistindo episódios repetidos de Friends pela quinquagésima vez. Até a Yumi está deprimida hoje. Deitada no meu colo dormindo o dia inteiro. Fico aqui imaginado o Brasil, feriado, família reunida, amigos enchendo a cara, meu pai fazendo camarão na moranga, bacalhau ruim no forno e as meninas só comendo a batata e reclamando da salsinha que meu pai insiste em colocar...imagino Los Angeles, minha mãe preparando a peixada, minha irmã indo pra lá com o cunhado, meu irmão jogando vídeo-game e sendo sarcástico com quem ouse chegar perto...As pequenas coisas me fazem refletir e aprender que na hora H, a gente só pode correr pra família mesmo. Eu tive que casar e me isolar da humanidade pra perceber isso. Agora eu pago o preço caro do arrependimento. Se pudesse faria tudo diferente. Se pudesse teria participado mais da vida das minhas irmãs. Se pudesse teria insistido mais pro Leo pedir transferência pra LA, e não pra DC (algo que gerou muita briga entre a gente)...Mas não posso. O que eu posso fazer é tirar uma lição positiva de tudo isso e, quando puder ir pro Brasil ou pra Los Angeles, aproveitar o máximo que puder com as únicas pessoas que irão me amar e me proteger para sempre. Meus amigos já tiveram bastante tempo pra isso!

ok, chega de desabafos. Vou tomar banho, me arrumar, esperar o Leo chegar com um sorriso na cara, aproveitar minhas poucas horas com ele da melhor forma possível pq só assim não vou me arrepender mais pra frente!

PS: ta vendo como é bom pensar positivo: enquanto desabafava aqui, uma amiga do trabalho me ligou e falou pra eu ir pra lá, já que ambas estamos curtindo a saudade da família!

Boa Páscoa a todos.

Tuesday, March 11, 2008

Fobias

Ontem uma brincadeira do Leo me deixou preocupada: ele me carregou dizendo que ia me trancar no armário, por que eu sou muito bagunceira. Na hora eu ri e pedi pra ele me soltar. Mas à medida que ele foi chegando perto do armário eu comecei a suar, chorar, gritar, pedir pelo amor de deus pra ele me por no chão. Senti um medo de pensar em ficar presa dentro do armário. Um medo horroroso, credo. Depois que ele me soltou com cara de espanto, ele me abraçou e eu estava tremendo. Chorei que nem criança por uns 5 minutos. Aí passou. Aí eu recuperei o ar que havia perdido e voltei ao normal. Coisa estranha! Aos 26 anos eu achei que já tivesse experimentado todas as sensações possíveis, mas essa foi nova!
Fora isso, as coisas estão ótimas. A mudança para a Pennsylvania aconteceu, eu estou amando meu apartamento novo, o bairro novo - com civilização e sem cavalos, o estado novo com menos impostos a serem pagos, a minha cachorrinha linda, Yumi, pra quem não sabe. Semana passada recebemos a visita da Alê fofíssima que embarca em uma nova jornada pessoal e profissional, e eu fico muito feliz de fazer parte de ambas, afinal, desde o turbulento ano de formatura do mackcu, nós duas vivemos aventuras belas e não tão belas juntas; superamos todas as dificuldades e, mesmo sem nos ver por quase 4 anos, é incrível como os nossos destinos escolhem caminhos parecidos para as nossas vidas! Desejo toda a felicidade do mundo pra ela, pro Nathan e pra Bella, é claro!
Última novidade: eu sou professora novamente. Agora de Português. Na Berlitz. Me sinto traindo a Wizard, mas a Pri me entende! Não larguei o TV Guide. Continuo aqui e lá...e quem sabe em mais algum projetinho de vida, não é? Não dá pra parar, "Time is Money"!!!
Besos.